Discoteca Básica Walverdiana 1: Every Good Boy Deserves Fudge


Every Good Boy Deserves Fudge foi uma grande influência para os Walverdes em todos os aspectos: nas distorções rasgadas à base de fuzz, na bateria supersônica e mais acelerada e no clima de bom humor que imperava no disco. Também fãs de Stooges, Sonics e MC5, não foi difícil para nós encontrar em Every Good Boy um pouco do nosso próprio jeito de fazer música: misturar a tosquice e a velocidade do punk com uma certa influência melódica do garage rock dos anos 60 e as viagens distorcidas e saturadas de feedback que o Mudhoney trazia da psicodelia e nós do Sonic Youth.


Good Enough: hit no Lado B.

As intervenções do guiarrista Steve Turner, que pontuavam versos e viradas de cada música, eram de certa forma originais e roubamos isso pra usar em várias músicas, de um jeito meio torto que acabou virando nosso. Sem saber como explicar o que ele fazia, cunhamos o nome científico “esquindola”: toda intervenção aguda, curta e serelepe de guitarra que servia para quebrar o tédio de um riff sendo repetido por mais de 15 segundos.


FuzzGun 91: instrumentalzinha marota

Outra coisa que pilhamos desse disco descaradamente foi o hábito de compor pequenos temas instrumentais. Nosso primeiro álbum abre com um deles e algumas fitas cassetes nossas também traziam esse brinde.


Into The Drink: tocamos até hoje nos shows

Conheci esse disco através de uma fita cassete que o Marcos mandou gravar na Toca do Disco, uma loja aqui em Porto Alegre que existe até hoje e que na época prestava esse serviço - ainda não havia a questão do DRM...


Let Is Slide: como descrever essa música?

A melhor frase pra descrever esse disco vem do seu produtor, Conrad Uno: “Tudo que você precisa é um gravador de fita magnética, um microfone e um reverbzinho maroto”. Com apenas isso em oito canais, o Mudhoney fez não apenas seu melhor disco como um dos melhores e mais originais registros do arcabouço que se convencionou chamar de grunge.

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